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Foto do escritorDr. Cláudio Cezar Freitas

BRASIL VIVE INCERTEZA PARA AS PRÓXIMAS ENTREGAS DE VACINAS PARA COVID-19


Responsável pela disponibilização da maioria das doses de vacina contra COVID-19, 47,2 milhões, ao Ministério da Saúde até o momento, o Instituto Butantan avisou que não tem previsão de entrega do imunizante nas próximas semanas. O motivo é a falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção das unidades. Pelo mesmo motivo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) — que entregou, até o momento, 34,3 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunização (PNI) — também precisará interromper a produção de vacinas ao menos por alguns dias esta semana.


A instituição afirma, contudo, que, a princípio, não haverá impacto nas entregas. Em meio às incertezas da atual situação das duas maiores fornecedoras de vacinas contra a doença que já matou 435.751 pessoas no país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou, ontem, que a carência da matéria-prima é mundial e pediu tranquilidade para superar o que chamou de “dificuldade sanitária”.

“É importante passar uma mensagem positiva para a sociedade brasileira, e não essa cantilena de que está faltando, faltando, faltando (IFA). O Brasil precisa de tranquilidade para superarmos juntos essa dificuldade sanitária”, disse Queiroga, em Botucatu, no interior paulista, onde participou do início de estudo que pretende promover a vacinação em massa do município para avaliar a eficácia do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca e a Fiocruz. “O Brasil está indo bem na campanha de vacinação. Poderia ir melhor? Claro que sim, se tivéssemos mais doses”, completou o ministro.

Na semana passada, porém, ao menos 75 cidades do estado de São Paulo suspenderam a vacinação da segunda dose da CoronaVac por não contar com estoques do imunizante. Até o momento, foram distribuídos a unidades da Federação e municípios do país o total de 85,2 milhões de vacinas contra a covid-19. Do montante, foram aplicados 52,7 milhões de doses, sendo 35,7 milhões da primeira aplicação e 16,9 milhões da segunda.


Para Queiroga, o problema de recebimento dos insumos essenciais para a produção de imunizantes no Brasil está no tipo de contrato. “Estes contratos têm cláusulas que são um pouco porosas porque não há comprometimento de prazos, justamente porque há uma carência de vacinas e de IFA no mundo inteiro”, alegou.


Atualizado na última quarta-feira, o PNI prevê a entrega de 5 milhões de doses da CoronaVac produzidas pelo Butantan em maio e outros 6 milhões, em junho. Na sexta-feira, o instituto paulista entregou 1,1 milhão de doses do imunizante, quantitativo que já contempla o início do segundo contrato firmado com o Ministério da Saúde para mais 54 milhões de vacinas — a primeira etapa do contrato era de 46 milhões de doses.


As quantidades entregues este mês pelo Butantan foram produzidas a partir de 3 mil litros de insumos recebidos em 19 de abril. A matéria-prima passou pelo envase, rotulagem, embalagem e inspeção de qualidade no complexo fabril do instituto localizado na capital paulista.


Já a FioCruz declarou ter insumos suficientes para manter a produção do imunizante Oxaford/AstraZeneca até aproximadamente 20 de maio, o que garante entregas de vacinas até a primeira semana de junho. Na última quinta-feira, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da instituição, o Bio-Manguinhos, anunciou, sem especificar a quantidade, que está previsto o recebimento de uma nova remessa do IFA, em 22 de maio, e outra carga da substância, em 29 de maio.

A continuidade do Plano Nacional de Imunização conta com entregas de 7.338.900 de doses de imunizantes vindos de fora do Brasil neste mês — parte desse número já foi repassado. O primeiro lote com 1 milhão de doses da vacina da Pfizer-BioNTech chegou no fim de abril e foi destinado às capitais, devido à dificuldade de logística, pois o armazenamento precisa ser feito em temperaturas muito baixas.


Mais dois lotes com 628.290 doses do imunizante, cada, foram entregues em maio. Conforme o cronograma do governo federal, estão previstos mais 1.243.420 de doses da farmacêutica americana até o dia 31, e mais 12 milhões, em junho.

Outra remessa vem por meio do acordo Covax Facility. A previsão do Ministério da Saúde para este mês é receber, ao todo, 3,9 milhões de doses produzidos pela AstraZeneca/Opas, na Coreia do Sul. Até o momento, esta é a última remessa dessa origem com previsão de entrega para o Brasil. Há ainda 842,4 mil doses oriundas da produção conjunta da Covax com a Pfizer até o fim de maio.


São números que aliviam, mas sequer se aproximam da quantidade de entregas previstas para serem recebidas pela produção em solo nacional. A expectativa é de que a FioCruz entregue 20,590 milhões de doses até o fim deste mês e outros 34,2 milhões, em junho.

China

O Ministro da Saúde refutou que os problemas com o recebimento do IFA sejam reflexo de problemas diplomáticos do Brasil com a China. Queiroga afirmou que o país asiático tem sido um grande parceiro para o Brasil e disse não ver nenhuma fissura nas relações entre o governo brasileiro e o chinês. “O presidente (Jair Bolsonaro) tem uma excelente relação não só com a China, mas com todas as nações com quem o Brasil estabelece relações internacionais. A China integra um bloco econômico importante que são os Brics. O Brasil faz parte, a Rússia faz parte, e as relações são absolutamente normais”, argumentou, ontem, durante a visita a Botucatu.




Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil


· Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


· CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.


· Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.


· Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.


Fonte: Maíra Nunes


 



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