Autonomia e compra da CoronaVac
DECLARAÇÕES NA CPI: Pazuello afirmou durante o depoimento que "nunca foi desautorizado" por Bolsonaro e "nunca o presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato".
"Em momento algum o presidente da República me orientou ou me encaminhou ou me deu ordem para fazer nada diferente do que eu já estava fazendo. Nada. Absolutamente nada. As minhas posições e as minhas ações nunca foram contrapostas pelo presidente. Em nenhum momento o presidente me desautorizou ou me orientou a fazer qualquer coisa diferente do que eu estava fazendo", declarou o ex-ministro.
"Acreditem: nunca o presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan. Nenhuma vez."
ATOS NO MINISTÉRIO: Enquanto ministro, Pazuello:
Em outubro, o então ministro anunciou protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a Sinovac.
Um dia depois, Bolsonaro afirmou que o governo federal não iria adquirir "vacina da China": "Ele [Pazuello] tem um protocolo de intenções, já mandei cancelar se ele assinou. Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós".
O ministério, então, voltou atrás e disse que "não há intenção de compra de vacinas chinesas". Depois, Pazuello participou de uma transmissão ao vivo ao lado do presidente — ambos sem máscara — e afirmou que "senhores, é simples assim: um manda e o outro obedece".
Defesa do isolamento social
DECLARAÇÃO NA CPI: Pazuello afirmou na CPI da Covid que sempre defendeu isolamento social.
"Eu sempre sempre me posicionei da mesma forma: medidas preventivas, incluindo aí o distanciamento social necessário em cada situação. Essa era a minha posição em todas as nossas ações de comunicação", afirmou o ex-ministro.
ATOS NO MINISTÉRIO: Enquanto ministro, Pazuello:
Em maio de 2020, o então ministro interino foi alertado pelo comitê técnico da pasta que, sem isolamento social efetivo, o país poderia levar até dois anos anos para controlar a pandemia (veja no vídeo abaixo).
Ao contrário do alerta, Pazuello orientou a reabertura das atividades econômicas e, três semanas depois da reunião, o ministério publicou uma portaria sobre o retorno das atividades, enfatizando seus benefícios.
Na mesma época, Bolsonaro também defendeu a manutenção dessas atividades. "O governo federal, se depender de nós, estava tudo aberto com isolamento vertical e ponto final", afirmou o presidente.
Execução de ações de saúde
DECLARAÇÃO NA CPI: Pazuello afirmou que "não há possibilidade de o Ministério da Saúde interferir na execução das ações de estado da saúde sem usurpar competências dos estados e municípios. Isso seria possível no caso de intervenção federal em algum estado".
ATOS DO MINISTÉRIO:
Enquanto Pazuello era ministro, a pasta:
Em 7 de maio de 2021, a secretária da Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde do ministério, Mayra Pinheiro, afirmou que visitou Manaus em janeiro para difundir o uso de cloroquina entre médicos da capital manauara.
Pinheiro integrou a equipe do governo federal que visitou unidades de saúde em Manaus pouco antes do colapso na saúde pública do Amazonas, em janeiro, que levou mais de 30 pessoas a morrerem por falta de oxigênio em 2 dias.
A secretária afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que o objetivo da missão da equipe era orientar os colegas médicos.
Entre as recomendações estava o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar a Covid-19. Tanto a cloroquina como a hidroxicloroquina já tiveram sua ineficácia comprovada em diversos estudos científicos.
Fonte: Laís Modelli e Lara Pinheiro.
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